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Criacionismo no Brasil

Segundo Jacob (2003) até a década de 70 no século passado o Brasil era considerado o maior país católico do mundo, mas nas décadas seguintes de 80 e 90 os evangélicos cresceram bastante. Segundo dados do IBGE no senso de 1970, o Brasil tinha 91,8% da população como católica e no senso de 2000 este número caiu para 73,2. Já entre os evangélicos o número na década de 70 era de 5,2% passando para 15,6% em 2000, mostrando um aumento significativo dos evangélicos.

 

O Brasil não tem a tradição criacionista principalmente pelo fato de ter a maioria da população da religião católica, mas com o declínio da Igreja católica e aumento dos evangélicos cresceu o número de publicações ante-evolucionista e muitas vezes com visões distorcidas da ideia de evolução biológica (AMORIM e LEYSER, 2009).

 

Existe no Brasil a Sociedade Criacionista Brasileira com um site (www.scb.org.br) que começou a atuar em 1972 com a publicação chamada de Folha Criacionista. A Instituição foi instalada como Sociedade Civil em 2003. Nas últimas décadas comunidades evangélicas tem defendido o criacionismo (RAZERA e NARDI, 2001), principalmente as Faculdades Adventistas e a Associação Brasileira de Pesquisa da Criação (SEPULVEDA, 2003).

 

O caso mais interessante brasileiro ocorreu no Estado do Rio de Janeiro no qual o Governador Antony Garotinho em Março de 2002 autorizou a contratação de professores de religião e em abril de 2004 a então governadora Rosinha Garotinho, esposa e sucessora de Garotinho sancionou a lei para implantação e divisão dos alunos do Estado do Rio de Janeiro por credo durante o ensino religioso.

 

No final de 2008 o Colégio Presbiteriano Mackenzie trocou os livros convencionais de ciências do ensino fundamental por apostilas produzidas pela Associação Internacional de Escolas Cristãs (ACSI) com sede no Colorado nos EUA. Os Alunos desta escola aprendem apenas o criacionismo até o 5º ano do ensino fundamental e no ano seguinte começam a ser ensinado simultaneamente o criacionismo e o evolucionismo (ROMANINI, 2009).

 

Outro destaque a ser mencionado é o pastor Silas Malafaia da Assembleia de Deus que lançou o DVD “Criação x Evolução: Quem esta com a razão?” que aborda bem este conflito.

O Ministério da Educação (MEC) na pessoa da Secretaria de Educação Básica, Maria do Pilar destacou que o criacionismo pode ser discutido nas aulas de religião, mas nunca nas aulas de biologia ou ciências e que o Ministério não pode interferir no conteúdo das aulas de uma escola particular por desfrutar de autonomia (TAKAHASHI e BEDINELLI, 2008). Martins (2001) caracteriza o criacionismo brasileiro com em processo de “expansão” e Souza (2009) relata que os mesmo estão se organizando de forma mais sistemática.

 

Elaborado por Sérgio Chumbinho na Dissertação de Mestrado em Ensino de Ciências da PUC-MG

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